9 de mar. de 2012

'Cairo 678' de Mohamed Diab estreia hoje nos cinemas

Baseado em pesquisa de verdadeiras histórias feita pelo diretor Mohamed Diab, Cairo 678 - que estreia hoje nos cinemas brasileiros - é o retrato de três mulheres de diferentes cenários sociais que se rebelaram contra o assédio sexual vivenciado por cada uma delas no Egito.

Seba é uma jovem moderna que é violentada durante um jogo de futebol. A partir de então, ela se torna ativista em prol os direitos femininos e ensina autodefesa para mulheres. Fayza é uma dona de casa obediente aos costumes do seu país, mas não escapa de ser assediada em seu trajeto diário de ônibus. Nelly é uma aspirante a comediante que se torna a primeira mulher na história do Egito a processar alguém por abuso sexual.

Apesar das diferenças de classes sociais e idade, essas três mulheres revelam traços em comum por serem vítimas da violência e da repressão de seus direitos.

O ato de violência contra essas mulheres é um sintoma dos problemas políticos, econômicos e sociais que o país enfrenta. Omitem o fato de serem molestadas por medo da exposição e da vergonha pelo julgamento dos homens, o que revela a opressão sofrida por elas em uma sociedade onde até 2008 estes delitos não eram sequer julgados como crime.

Esse medo que domina e cala essas mulheres é estimulado principalmente pela condenação entre elas mesmas, que acabam oprimindo umas as outras para que os abusos sejam omitidos, mantendo uma aparente normalidade social.
Cairo 678 fala sobre o silêncio. Fala sobre o trajeto de três mulheres que quebram este silêncio, fizeram justiça com as próprias mãos e ousaram dizer “basta”!
O filme está em cartaz em São Paulo na Reserva Cultural, no Cine Lumière e Cine Livraria Cultura.

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